segunda-feira, 28 de março de 2011

Faina Maior na RTPN

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Ílhavo tem estado a ser apresentado no Programa Gostos e Sabores, na RTPN, do Chefe Hélio Loureiro.
O Programa Gostos e Sabores é emitido aos sábados, em versão original, pelas 17, 30 horas. Repete aos domingos, pelas 7,05.


As receitas são publicadas ao domingo, no Jornal de Notícias, onde o Chefe Hélio divulga o programa Gostos e Sabores, com a apresentação das receitas confeccionadas, convidados e locais/regiões das gravações.
É também emitido na RTP Internacional e na RTP África, bem como no Alfa Pendular.

Os programas relativos a Ílhavo tiveram prevista uma programação, que não foi cumprida, por imperativos de actualidade informativa:

Emissão – 5 de Março. Convidado: Ribau Esteves, Presidente da CMI.
Chanfana de carneiro à moda de Ílhavo.
Salada de favas com barriga de porco.
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Emissão – 12 de Março. Convidado: Álvaro Garrido, Consultor do MMI.
Feijoada de samos de bacalhau.
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Emissão – 19 de Março. Convidado: João Madalena, Grão-Mestre da Confraria do Bacalhau.
Bacalhau à moda da Confraria.
Emissão – 26 de Março. Convidada: Ana Maria Lopes, Vice-presidente dos Amigos do Museu de Ílhavo.
Chora de bacalhau.
Línguas à moda de Ílhavo.
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NB. Os programas em atraso serão oportunamente apresentados.

Aproveitou-se a exibição do programa de 26 de Março, para publicitar o livro Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, apresentado em 19 de Fevereiro último, no MMI e a apresentar no Museu de Marinha, no dia 31 de Março e a bordo do Gil Eannes, em Viana do Castelo, a 1 de Abril (e não é engano).
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Poderão visionar os referidos programas, se assim o desejarem.


Basta clicar em  RTP - GOSTOS E SABORES

Fonte - Informação da RTPN

Ílhavo, 28 de Março de 2011

Ana Maria Lopes
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terça-feira, 22 de março de 2011

Faina Maior no Museu de Marinha e a bordo do Gil Eannes

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É nossa intenção apresentar o livro Faina Maior - A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, de Francisco Marques e Ana Maria Lopes, noutros locais do país.
Por várias razões, fomos levados a apresentá-lo, com todo o prazer, em segunda mão, no cenário inigualável do Museu de Marinha, bem frente ao Tejo, onde, anualmente, a Frota Branca se reunia, antes da partida para os grandes bancos, para a cerimónia da Bênção. É significativo.


De Belém para Viana do Castelo, em dias consecutivos, segue a Associação dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo com a mesma finalidade, já que o Navio Hospital Gil Eannes, transformado em Navio Museu, nos acolhe, na apresentação seguinte. Ou não tenham existido e ainda não existam fortes elementos "marítimos" de ligação, entre ambas as cidades - Ílhavo e Viana do Castelo.
Eis o convite.


Depois de alguma canseira, precisaremos de uns dias "de brisa", que nos permitam repousar um pouco da faina, de regresso à terra-mãe.

Ílhavo, 22 de Março de 2011

Ana Maria Lopes
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sexta-feira, 18 de março de 2011

Faina Maior - Para memória futura...no MMI - 4

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Deixemos as actas da Empresa e voltemos à “produção” do livro.
Teclámos o próprio texto, porque sabíamos parágrafos de cor e dominávamos com facilidade o tecnicismo dos termos, que nos eram familiares.

E a imagem? Como, no meio de tantas mais que foram achadas, repescar aquelas 142 fotos e aquelas mesmas, que, por tantas mãos andaram e tanto se dispersaram?
Aos poucos fomo-lo conseguindo. Conhecíamos-lhe o tacto, o odor, o aspecto, o tamanho, as marcas do tempo, a grandiosidade.
Consumou-se o acto. A Faina Maior, livro, está de novo à venda, – era o nosso objectivo –, para uma outra geração, ou para aqueles que por descuido, o não tenham ainda adquirido.

Vamos tentar divulgá-lo, com ardor, por algumas das terras que forneceram homens para esta heróica labuta. Assim tenhamos apoios e algumas facilidades nessas presumíveis andanças.

Caros amigos e amigas. Muito obrigada, sobretudo, pela vossa presença!

De volta aos autógrafos…

Imagens – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 18 de Março de 2011

Ana Maria Lopes
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sábado, 12 de março de 2011

Faina Maior - Para memória futura...no MMI - 3

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Tendo oportunidade de ler atentamente algumas actas, da mesma época, de Testa & Cunhas, criada em Dezembro de 1927, a partir da aquisição dos bens da Empresa de Navegação e Exploração de Pesca de Aveiro (todos os aprestos, extenso secadouro e os lugres Hernâni, Silvina e Cruz de Malta), constatei que os tempos de crise, escassez de peixe, dureza de vida, dificuldades financeiras, eram comuns às empresas do sector. E o meu Avô, o Capitão Pisco, por lá andava.


Vista aérea de Testa & Cunhas, nos anos 30


Em acta de 7 de Dezembro de 1932, os sócios resolveram quais os navios que deviam ir à pesca do bacalhau nas futuras safras de 1933 e 34, tendo assentado apenas na ida do Ernani e Cruz de Malta.

Decidiram ainda anunciar a venda do navio Silvina, entendendo que o podiam dispensar. Mas…

Depois de elaborada a acta de 11 de Agosto de 1934, (sic) chega-nos a notícia infeliz do desaparecimento do nosso lugre Ernani nos bancos. Ignoramos pormenores – causas e paradeiro dos tripulantes. Só mais tarde se soube que a causa tinha sido incêndio e que os tripulantes haviam sido distribuídos por navios dos pesqueiros próximos, onde se revelaram muito úteis no auxílio das penosas tarefas.

Toda esta falta de notícias, em 1934,  é um testemunho da rudeza desta vida.


Incêndio a bordo


Para suprir a baixa daquela unidade, resolveu-se reparar o lugre Silvina, de modo a estar pronto para a futura safra, para o que foram gastos cerca de 50 contos.
Acentuava-se na empresa, a necessidade de procurar uma nova unidade. Segundo acta de 28.11.1936, deram-se início a todas as diligências para a aquisição de um novo lugre. A proposta foi construir um, segundo o modelo do Brites (1936), com a introdução (sic) de algumas alterações, com empreitada de lavôr e materiais com o construtôr, Mestre Manuel Maria Mónica, pelo preço de 640 contos.
Encomendado em fins de 1936, o Novos Mares, de quatro mastros, beijou as calmas águas da ria, para satisfação de todos, a 16 de Abril de 1938, na Gafanha da Nazaré. O meu Avô capitaneara-o na primeira viagem, só à vela, à Groenlândia, já que o motor não havia chegado a tempo da viagem.

O Silvina foi prosseguindo a sua difícil missão, até que viu o seu fim em trágico incêndio, no Grande Banco da Terra Nova, a 25 de Maio de 1941, narrado por Jorge Simões em Os Grandes Trabalhadores do Mar.

(Cont.)


Imagens – Arquivo pessoal da autora

Ílhavo, 12 de Março de 2011

Ana Maria Lopes
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domingo, 6 de março de 2011

Faina Maior - Para memória futura... no MMI - 2

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Por razões de vária ordem, ainda não tinha sido possível, mas, este Verão, ao arquitectarmos alguns posts do Marintimidades sobre «Creoula – 1973, através da objectiva de António São Marcos», conseguimos ultrapassar, através de um procedimento levado a efeito há vinte anos um problema técnico que existia com essas fotografias. Enfim, foi superado.
Por outro lado, durante uns tempos, achei alguma piada a que dois dos livros em que mais me tinha empenhado estivessem esgotados, mas, com o andar dos tempos, passei a não achar tão curioso assim. Se, na realidade, não pudéssemos pôr as mãos à obra, não seria muito fácil reerguê-la.


Aspecto do público no Auditório

E esperancei os Amigos do Museu. Muitas voltas foi preciso dar para se alcançar o intento. É que …

Entre as duas edições, decorreram 15 anos, o suficiente para que a técnica de “fabricar” um livro tivesse mudado como do dia para a noite. O texto, de dactilografado passou a processado, as imagens, de suporte em papel, passaram a ser digitalizadas, melhoradas, tratadas, photoshopadas q. b.

Sem esquecer, o principal – reencontrá-las, entre tantas mãos por que passaram. O nosso muito obrigada a quem no-las cedeu (citar quem e origens) e ao meu filho Miguel, estou grata pelo apoio técnico dado, mesmo à distância.

Ganhámos uma ansiedade e uma paixão com a re-pesquisa.



   Imagem forte deste duro labor



Era nosso desígnio, pela falta do saudoso co-autor Francisco Marques, manter o livro inalterável. E com perseverança, conseguimo-lo.

O tema escolhido – a reportagem ou o relato – de uma campanha de barra a barra (neste caso, da de Aveiro), de um lugre da pesca do bacalhau à linha, dos anos 30, com toda a azáfama, dureza, angústia, saudade, sacrifício e empenho, era imutável.
Quase ninguém andou lá, porque tivesse querido. A Faina Maior, com toda a sua austeridade, era um modo de vida…E estas memórias fazem parte de quem teve familiares ao bacalhau e quase todas as pessoas de Ílhavo tiveram.
Dentre os cerca de 13 capítulos que reescrevi, voltou a deliciar-me o depoimento ao jornal ”Beira-Mar”, de 30.11.1930, em que o Capitão Cajeira relata a sua primeira tentativa de chegar à Groenlândia.

No ano seguinte, 1931, três navios da Empresa de Pesca de Aveiro – o Santa Izabel, o seu “gémeo” Santa Mafalda e o Santa Joana – por ordem explícita do seu gerente, demandaram a Groenlândia.



        O Santa Izabel

(Cont.)


Ílhavo, 6 de Março de 2011

Ana Maria Lopes
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