terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bateira «Zé Gato» - Lagoa de Mira - II

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(Cont.)
 
Como vai sendo nosso hábito, fomos fazer a sessão fotográfica e cavaquear, para ver se algo de interesse se poderia acrescentar ao post. E assim aconteceu.
Segundo a opinião de Senos da Fonseca, in Embarcações que Tiveram Berço na Laguna, p. 99, nota 163, esta pequena bateira será, na realidade, uma réplica muito semelhante, mas de menores dimensões, do «bateirão» denominado «esguicha». Será? Admitamos a hipótese.

  
Esguicha no areal

Ver aqui:
http://www.arquitecturanavallagunar.blogspot.pt/2011/09/cont-embarcacoes-lagunares-bateiras.html
(imagem e medidas da bateira da Barrinha)
 
http://www.arquitecturanavallagunar.blogspot.pt/2011/09/cont-q.html
(referência à «esguicha», no final do texto)

As «esguichas», termo de certo modo pouco conhecido, eram assim denominadas na praia da Trafaria. Segundo a equipa de investigadores de H. M. Seixas, eram provenientes da Ria de Aveiro, donde vinham para trabalhar na embocadura do Tejo. Em 1938, apenas existiam duas «esguichas» na Trafaria, segundo a mesma fonte (Catálogo da Exposição de Homenagem a H. M. Seixas, Museu de Marinha, Lisboa, 1988, p. 209). 
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Imagens – Arquivo da autora
 
Ílhavo, 19 de Fevereiro de 2013
 
AML
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2 comentários:

Anónimo disse...

No Tejo existiram diversas bateiras de grande porte adaptadas a diversas funções entre a pesca de rio ... a pesca de mar e carga desde o estuario até Vila Velha do Rodão... Até ao inicio do sec XX tb era habitual serem encomendados barcos na Ria de Aveiro destinados ao Tejo... incluindo mesmo as fragatas e os varinos modernos... Aquela bateira da foto tem alguma semelhança com a ilhava e, como era um par, possivelmente pescavam ainda com a tarrafa... Tenho fotos antigas de diversas bateiras no tejo a fazerem carga, a passarem rapidos com a sirga, etc... tb tenho um postal de Cascais onde se podem ver ainda algumas bateiras ilhavas junto dos edificios e uma na borda da água...
Acho que os barcos tradicionais da Ria estiveram sempre em evolução tanto aqui como em todos os lugares por onde se instalou a nossa diáspora e tudo ia mudando conforme as necessidades... Por exemplo no Tejo há um construtor que no fundo das bateiras ditas avieiras deixa umas asas exteriores ao casco para a embarcação planar melhor a motor...

Antonio Angeja

Anónimo disse...

Ia,precisamente,comentar que a foto me lembrava a "ílhava",que vi representada num dos blogues ilhavenses,a fazer,na zona de Algés,aquilo que,em jovens,na Costa-Nova,víamos fazer,embora apenas com um barco "de ir à boca da barra"para o carangueijo : Uma "xinxada",orientada pelo Senhor Piorro,de notável descendência...As "ílhavas"desapareceram de Algés quando foi construída a Linha de Cascais...
Cumprimentos,"kyaskyas"